terça-feira, 29 de março de 2011

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domingo, 13 de março de 2011

"Perguntas em mim"


Quem sou eu?
Esta é a pergunta que eu estou a fazer em 2 poemas logo no início do livro.
Mas saberemos nós quem somos?
Ou vamos sendo uma imagem, um reflexo de uma vida?
Não seremos nós mais do que plasticina moldada ao sabor que quem nos rodeia pelo bem e pelo mal?
Penso que cabe a cada um de nós esta resposta, mas é uma pergunta que nos abraça a todos.



Porque escrevi este livro?
Tudo nasceu de forma muito simples. Fui escrevendo para mim, para dar sentido a uma vontade que em mim crescia, seguindo algo que me comandava.
Fui juntando palavras, letras, sentidos e sentimentos.
Quando dei por mim, tinha-me escrito e rescrito de uma forma que para mim foi novidade.
Era eu, era mesmo eu, que ali estava, simplesmente de uma forma diferente, de letras mais redondas e com sentidos mais apurados, mas era eu.

Escondido, sob o nome de outro, com a cara de um qualquer, fui escrevendo incógnito aquilo que a minha alma comandava.
O Fedd back foi bom, a compreensão de quem me lia e o sentimento com que me abraçavam, fizeram com que eu procurasse a Temas Originais, para dar um corpo diferente ao meu espírito.
O corpo de um livro.
E assim nasceu, este que sou eu.


Porquê Sopro de Alma?
Este titulo é explicativo na sua imaginação.
É Sopro É Alma que aqui escrevo.
São palavras que me saltam, é a necessidade constante de dar sentido ao que sinto.
Pinto a minha alma no meio destas letras com que componho o meu sentimento, o meu sentido.
Mais simples ainda, escrevo-me, e no fim, sopro-me nestas folhas, para me esconder no meio da respiração sentida que quem me está a ler.



 Objectivos:
O objectivo principal é chegar a todos, sendo um bocado da vida de cada um.
Melhor dizendo, se vos escrevi numa frase, num poema, de uma forma que se sintam, já me dou por contente, pois não só me escrevi neste livro.
Acabei por nos escrever a todos, bocadinho por bocadinho, como se de uma manta de retalhos se tratasse.
Fazendo assim um livro, o livro dos nossos sentimentos …

Obrigado …

Apresentação do livro Sopro de Alma de Nuno de Freitas. "Por Emanuel Lomelino"

Boa Tarde,
“Este livro é um reflexo do que sentimos”

Com esta primeira frase, Nuno de Freitas, resume-nos, desde início e de forma clara, o teor deste Sopro de Alma.

No entanto, por si só, ele acaba por ser demasiado abrangente e, é neste ponto, que começa a função do leitor: descobrir quais os sentimentos que este livro reflecte. Cabe a cada um de nós decifrar os caminhos que o autor percorre nesta viagem pelo âmago do ser humano em toda a sua complexidade e amplitude.

Falar de sentimentos implica a existência de, pelo menos, dois intervenientes; aquele que sente e o alvo desse sentimento.

Na quase totalidade dos textos aqui apresentados, e sendo o narrador dos mesmos aquele que sente, o algo preferencial de todos os sentimentos descritos, é a mulher.

É ela que desperta no homem todos os sentimentos. É ela que lhe foge à compreensão. É ela que dá sentido à vida. É ela que lhe alimenta o ego ou o faz ter fome de amor. Ela é o tudo e o nada.

E é entre o tudo e o nada que, Nuno de Freitas, faz a sua reflexão que também, pode ser a nossa. Dependendo de como nos identificarmos com os seus textos.

A melhor forma de explicar, em poucas palavras, o conteúdo temático do livro, é pedir-vos que imaginem uma linha que une dois pontos. Num doa extremos “visíveis” desta linha temos o amor, no outro encontramos o desamor.

No espaço que separa um do outro, estão todos os sentimentos intermédios; a paixão, o afecto, o carinho, a amizade, o desdém, a indiferença, o aborrecimento, o desprezo, só para referir alguns.

Num outro plano temos os sentimentos satélites. Aqueles que vagueiam ao longo desta linha imaginária e só fazem sentido estando agregados a outros; dou-vos como exemplos: a saudade, o desencanto e a tristeza.

Ao iniciarmos a leitura destes 50 textos iniciamos também uma viagem ao longo desta linha imaginária. Em cada um deles, o autor oferece-nos uma visita guiada entre um extremo e o outro, sendo que, muitas vezes, somos surpreendidos pela vertiginosa deslocação ou pela montanha russa por onde nos conduz.

Este é um livro cheio de sentimentos facilmente identificáveis, incluídos em textos com os quais facilmente nos identificamos, Mas desengane-se quem pensar que está tudo descrito por palavras.

Quando vos pedi para imaginarem a linha entre o Amor e o Desamor referi que cada um deles estava num extremo “visível”. E tive o cuidado de catalogar os extremos porque existe algo mais para além desses pólos.

Consciente ou inconscientemente (apenas o autor pode dizer) existem alguns sentimentos escondidos para além das suas palavras, para além dos textos. E esses são aquele dúbios. Não por serem difíceis de explicar mas simplesmente porque estando num patamar acima do amor, não deixam de ser sentimentos negativos. Dou-vos como dois exemplos: idolatria e obsessão.

Estes e outros estão, como disse, para além dos extremos visíveis e cabe a cada um dos leitores descortina-los e classifica-los na sua própria tabela de afectos. E digo isto porque cada um de nós tem percepções diferentes e ainda bem que assim é.

No papel de apresentador desta obra, e depois de ler e reler cada um dos textos fui confrontado com uma grande dúvida; qual o género literário em que se enquadra este Sopro de Alma?
Apesar dos poemas que contém (10) e de um ou outro texto em prosa poética, não é um livro de poesia.
Apesar das pequenas histórias que cada texto encerra, não é um livro de contos.
Embora escrito, quase sempre, na primeira pessoa e de forma intimista, não é uma biografia nem um livro de confissões.
Mesmo revelando-nos algumas soluções para os problemas que todos nós encontramos no dia a dia, não é um livro de auto ajuda.

Não é um romance histórico nem um livro de fantástico. Tampouco é um livro técnico.

Perante esta minha dúvida, que ainda subsiste, deixo ao editor e aos livreiros a tarefa de escolherem o local onde acham que o devem colocar.

Aos leitores, apenas deixo uma garantia, este Sopro de Alma é um livro que vale a pena ler e já tem , garantido, um lugar de destaque na minha biblioteca pessoal.

Emanuel Lomelino
(Poeta)

Lisboa, 12 de Março, 2011

"Obrigado"